quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Tempestade em copo d'água?
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Espelho, espelho meu!
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Em cartaz: minha vida em 3D!
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Padrinhos mágicos!
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Salvar uma vida: seja educado!
“Certa vez”, “um certo” contador de histórias (verídicas) disse “uma certa” frase que ecoou em meu cérebro (confesso, enferrujado): "a insensibilidade tem a mesma medida da ignorância de si mesmo". Nunca fiquei pensando muito sobre isso, até então. Hoje ela retornou em minha cabeça depois de fatos da vida comprovaram que a história (e a célebre frase) faz sentido.
Não sei em qual direção começo a escrever, mas o ponto central desse post é o direito que o ser humano adquiriu – não me pergunte como – de ser solidário com alguém. Nós nascemos solidários, mas a insistência que as pessoas possuem de não produzir benefícios é gigantesca e não estou dizendo sobre os assaltos, mortes, furtos, drogas e outras mazelas da sociedade.
Eu quero focar em algo que estamos deixando passar batido por conta da concorrência que o sistema produz no ser humano: a boa educação.
Ser educado é um dos métodos mais infalíveis para se conquistar a alegria de alguém. Porque a educação simboliza respeito pelo espaço do outro e, mais que isso, significa que ao respeitar esse espaço você dá o direito ao outro de existir, da maneira como ele é e não somente como você o enxerga.
Imagine que você está numa fila de ônibus, esperando durante quarenta minutos o seu meio de transporte chegar (isso vale para qualquer fila). O ônibus chega e alguém que estava lá atrás passa na sua frente, como se fosse a coisa mais natural. Não digo o fato da falta de educação, eu digo que você simplesmente não existia para aquela pessoa. O seu direito de espera pelo ônibus e de ser ALGUÉM não foi respeitado.
Alguém joga o lixo na rua, no chão. Jogam chiclete no chão, em qualquer lugar, como se o planeta Terra fosse somente dele e os seus pés santos fossem os únicos a pisarem o solo sagrado. E depois reclamam de enchentes, de falta de urbanização. Quantas praças depredadas, quantos telefones públicos quebrados, quantas lixeiras esmurradas por pessoas que não foram distintamente qualificadas para existência (ou se foram, perderam o caminho de chegada ao Homo Sapiens Sapiens).
Parece que a vida gira com o “cada um na sua e todo mundo fazendo o que eu quero”. A existência se torna mais um existir sozinho no mundo e o resto se torna objeto de valor agregado na medida em que me serve.
O ser humano esqueceu seu sentido de solidariedade. Esqueceu sua existência de doar para receber. De ser alguém para outro alguém e não para um objeto.
O ato de dar felicidade a alguém vai muito além do dizer “eu te amo”, que é reservado para alguns. Mas se aprendermos que ser educado é não jogar o lixo no chão, não quebrar coisas em benefícios de todos, dar lugar para sentar a pessoas que necessitam, ou que simplesmente faz você lembrar que agüenta uns minutos em pé ao invés daquela pessoa... e tantas outras coisas, já faria diferença no mundo.
Um abraço faz bem, um sorriso faz bem, um pedido de desculpa faz bem...
O mundo já está cruel demais para contribuirmos com tamanha insensibilidade. Reconheçamos que fazemos parte de um todo, muito maravilhoso quando vivido com a verdade do que somos.
Estamos sendo criados pelo sistema da concorrência, uns contra os outros. Estamos sendo levados a acreditar que o outro é concorrente em tudo que fazemos, até mesmo fora do nosso trabalho. Já não temos tolerância com os que estão aprendendo (alunos de auto escolas), com os que erram (os que não conseguem estacionar), com os que buscam acertar (erram e tentam novamente a acertar a vaga). Não conseguimos mais escutar as pessoas (jovem com mp3 sem fone de ouvidos, e uma senhora em pé no ônibus), não queremos mais escutar ninguém (jovem com mp3 com fone de ouvidos e uma senhora em pé na sua frente), não precisamos mais escutar ninguém (jovem com mp3 com fone de ouvidos, uma senhora na sua frente e ele fingindo que está dormindo). Onde foi parar a existência do outro? O caixão da vida se dá antes mesmo da passagem da morte. É quando matamos o direito existir de um indivíduo (mesmo vivo) que se relaciona comigo dentro do próprio espaço vital: o mundo.
Caminhamos para uma insensibilidade gigantesca, porque não sabemos qual o motivo de nossa existência. Se ao menos pensássemos que a vida é mais que ter carro do ano, celular de ultima geração e roupas de grife, entenderíamos que aquilo que teoricamente sobra em nossas mesas, falta na mesa de muitos. E não é uma questão – somente – de política pública o mérito de meus questionamentos, mas de você abrir seu guarda-roupa e verificar se tem alguma peça que você não usa há pelo menos 1 ano. Garanto que você não irá usar nesse próximo ano, então, doe, alguém está precisando daquilo que te sobra.
Se solidário é poder favorecer a vida elevando-a à possibilidade de existência. Não deixe a insensibilidade te pegar. Faça algo criativo para colocá-la de lado. Doe seu lugar no ônibus. Pegue uma garrafa no chão e jogue no lixo. Respeite os mais velhos, os iniciantes e os que querem aprender. Ensine. Tarefas que parecem ser fáceis no dia a dia, mas que podem ser verificadas como tais pelo seu grau de resistência em fazê-las acontecer.
Doe um pouco de sua existência e muita gente passará a existir em sua vida. Cidadania, já! Boa educação, sempre!
Boa ondas.
Aloha.