quinta-feira, 11 de abril de 2013

A vida e o rio...


              Naquele tempo, Jesus pregava em Betânia e uma mãe levou sua filha até ele e disse: “Mestre, minha filha sofreu abuso sexual e está grávida. O que devemos fazer? Tirar a criança ou deixar que ela nasça?”

Olhando para a mulher e, em seguida para a menina, disse: “Em uma floresta havia três rios que fortemente corriam para o mar. O primeiro, com o tempo e a ação do homem foi secando, secando e passou a ser um pequeno fio de água, que corria por entre as pedras, até que morreu”.
“O segundo rio foi parado. Fizeram uma imensa barreira. Ele não conseguia mais seguir seu curso natural, sua água ficou empossada e os peixes que nele viviam não tinham mais liberdade de nadar como antes. Ele perdeu o seu sentido. E da barreira para frente, já não havia plantas, animais e as pessoas não tinham o que beber, mas se a barreira fosse rompida, ele conseguiria chegar a seu destino mesmo com dificuldade e a vida voltaria a acontecer em suas margens.”
“E mais ainda o terceiro rio. Ele seguiu seu fluxo naturalmente. Os homens bebiam de sua água, assim também os animais. Plantas e pedras se encontram em suas margens. Sofria aos ataques do tempo, do homem e da natureza sobre si mesma, mas era forte o suficiente para suportar as dificuldades e seu destino era seguro e certo, o mar.”
Percebendo que a mulher e a criança não compreendiam o que dizia e ao mesmo tempo a multidão que, em silencio, o cercava, começou a explicar:
“Os rios são vidas em diversas formas. O primeiro rio é a vida que sua filha carrega e que poderá não chegar ao seu destino natural, não por força da natureza, mas por uma ação humana se acaso desejar retirar-lhe a criança de seu ventre. A partir de então, tudo se torna desolação e seca. A retirada de um rio implica em muitas outras conseqüências ao redor e não somente a falta de água.”
“O segundo rio poderá ser a vida da criança ao nascer. Ela tenderá a ser represada, contendo nela muitas coisas boas, como força, saúde, saciedade. Ao mesmo tempo em que contém muita vida por onde ainda não passou, porque ficou parada no seu caminho por conta dos fatos acontecidos. É preciso que se soltem as barreiras que não deixa levá-la a continuar o seu trajeto maior, que é o da plenitude. E onde estiver seco, à margem, dará lugar a outras vidas que virão até ela.”
“Toda vida é como o terceiro rio. Forte, com destino certo e cheio de vontade de encontrar-se com o mar. Não existe rio que deixe de fazer este trajeto de nascer e terminar em uma grande porção de água que o acolhe à medida que se junta a tantos outros rios com o mesmo desejo. Até o rio mais poluído ou aquele mais fraco que possa existir, até nesse último existe a esperança de chegar ao seu verdadeiro lugar. E se quisermos beber de águas puras e fortes, que protejamos os nossos rios.”
Continuou: “O Pai é igual ao mar. Acolhe a todos, mesmo que não consigam chegar até ele de forma natural. Mas em toda a vida há o desejo igual ao dos rios de lançar-se em águas salgadas.”
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Quem espera sempre alcança!



Aquele momento em que o mundo para! Nada se resolve e o cotidiano se transforma na mais dura realidade existente. A única coisa que nos resta é esperar pelo que virá! A descrição do acaso possui vários tipos de interpretações por diferentes filosofias, crenças, estilos de vida e pensamentos críticos. Uns acreditam em milagres, outros em força do Universo e outros e momento propício para tudo se encaixar e acontecer da forma natural das coisas, mas ninguém tira a razão de que é bom quando as surpresas acontecem em nossas vidas, sim, surpresas boas, nesse caso.

Uma expressão muito em voga na internet é a palavra “trollar”. Fazer com que uma pessoa seja totalmente enganada e passe por alguma situação vexatória, estranha, engraçada ou embaraçosa. Apesar de o termo ser muito bem utilizado em tantos lugares no espaço global dos computadores, a situação já existe muito tempo na vida cotidiana. Quem nunca usou a expressão a “a vida anda me trollando”, não sabe o que é querer algo e a coisa não acontecer.

Mas existe um segredo para deixar que as coisas aconteçam sempre e a todo momento, da maneira mais surpreendente possível: parar de exigir que elas se realizem no nosso tempo. O grande mistério da vida está em perceber que as coisas surgem aos poucos, com naturalidade. A ansiedade é uma grande arma contra a construção de algo duradouro e eficiente. Mas quando se aprende a deixar a vida seguir segundo a segundo, e a cada momento prezar pelo que realmente se vive, tudo vai se organizando conforme o planejado.

Querer que as coisas se antecipem é normal. Desejar que o tempo diminua a distância entre o pensar e o executar é a maneira mais rude que os seres humanos planejam a vida desde muito sempre. Mas saber a arte de administrar o momento certo para colher os frutos é sabedoria.

Da mesma maneira que lhe é entregue um novelo de lã todo embolado e você é obrigado a desfazê-lo com serenidade e paciência, pois poderá piorar a situação, também deve tratar a vida e suas demoras. O mundo para, as coisas não andam, a pessoa se percebe muito presa ao que não chegou. Sente com um novelo de lã que a situação te apresenta, serenamente, desenrole nó a nó, veja onde está o próximo passo. Garanto que com o tempo – pouco ou muito – as coisas irão desatando, nem que seja pela força da fé, da razão, do sentimento, da atenção, da caridade, da transformação... 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O Fabuloso palco das emoções...


Ninguém está livre de se sentir obrigado a fazer mais do que pode. Ninguém está liberto de um dia se encontrar diante da obrigação de se portar como alguém extremamente perfeito perante o outro. E ninguém está totalmente solto para declarar-se alguém que não sofre com a obrigação de se portar de maneira eficiente e tão rápida nesse mundo.
Já nascemos de maneira violenta. Somos tirados de um lugar quente, aconchegante, próximo até demais da pessoa que nos carrega para toda uma vida. Somos jogados em um mundo que nos cobra todos os dias uma presença, mesmo que não digamos nada, não façamos nada, nem movimentamos um fio de cabelo sequer. Basta existir para que tudo nos cobre, tudo nos impila, nos empurre, nos jogue para fazer alguma coisa (mesmo que estáticos). A vida já inicia numa profunda cobrança de ser algo para o que está fora de nós e não é "nós".
Começamos a reconhecer tudo como em um grande teatro. Temos vários personagens que vivemos, e não queremos viver, mas temos que viver, porque VIVER É VIVER UM PERSONAGEM A CADA DIA. Eu e você somos o filho, o pai, a mãe, o professor, o tio, o cliente, o irmão, o amigo, o fã, o ídolo, o paciente, o  médico, o... o... o...
Somos muitas coisas e nesse ato de vivermos tantas coisas todos os dias, acabamos de nos esquecer que somos pessoas. Temos que vestir personagens que desgastam a nossa vida, acabam com a nossa imagem interior, bagunçam a nossa realidade e passamos a pensar somente no papel que estamos vivendo, na peça que vamos encenar e na fala que temos que dizer. Não vivemos pelo prazer da arte que a VIDA nos proporciona.
Quem nunca se sentiu angustiado por ter que dar conta de algo que parece tão simples de realizar, mas que no fundo se tornou um peso, pois sabe da dificuldade que é ser somente aquele personagem? Quem nunca teve vontade de ficar na cama mais uns dias, pois encarar aquela platéia é muito difícil, eles cobram demais, exigem demais, querem coisas demais? E isso vai gerar expectativas de resposta, vai gerar sintomas de ansiedades, vai trazer para fora o monstro da busca pela aceitação, o inimigo do reflexo perfeito e a tradição de fazer tudo na mais perfeita ordem.
Mostrar esse quadro de possibilidades é tentar esclarecer as perguntas do início desse texto: a resposta para expectativas que fazemos de nós mesmos e dos outros. Temos aflições internas e externas. Internas, quando pensamos que não damos conta do serviço, mas sabemos que podemos dar conta, mas as respostas não batem com a realidade. Daí vemos os planos frustrados de tentar ser o que não somos. Não aceitamos a realidade que temos de nossas limitações. Na internet eu posso viajar o mundo inteiro sem sair de casa, posso comprar uma roupa belíssima na França sem sair de casa. Posso ver meus familiares quem estão no outro canto do país, sem sair de casa. Mas não consigo realizar tarefas fáceis do meu dia a dia. Que contradição para a nossa cabeça, para o nosso ser.
Externas, quando nos são passados tarefas para realizar, quando nos são dadas oportunidades de aproximação, quando nos é pedido algo para finalizar "esperando" que nossa capacidade ultrapasse a nossa realidade. E daí nos vemos sem respostas a dar, sem atitude a fazer. Apenas reparamos que não podemos tudo, novamente. Mas, como assim? Eu consigo obter respostas claras pelos emails, eu consigo tirar uma foto e mandar na hora para o perfil social, eu posso fazer isso. Mais uma vez, a realidade se confundi com a possibilidade de sucesso eterno.
Não conseguimos mais parar para apreciar o mar, o sol, as árvores, as estrelas (essa nunca mais, com o tanto de poluição), as crianças, as respostas das crianças, o olhar da criança, o jeito de ser das pessoas. Porque estamos completamente ligados a dar respostas certas, exatas, coerentes e reais.
A ansiedade, a dificuldade de parar, a contradição entre o interno e o externo, nada mais é que a busca por aquilo que não existe ainda. Isso gera dor, pânico, fobia, amargura e por fim, a morte do eu que nunca mais se encontra com o outro, só pelo fato de o outro não ser mais alguém, mas o outro passa a ser angústia. E vamos nós, seres humanos, com a angústia  dentro de nós e fora de nós.
Ninguém deve esperar pelo que não existe, mas você também não sabia que existia um mundo fora da barriga de sua mãe. Mas você aprendeu a lidar com isso. Aprendeu a lidar com o diferente, com o incompreensível, com o "novo-tudo-novo".
Não gere em você a dor de ser o que não é. Não! Erre mesmo! Diga que não suporta mais! Se quiser, mude de vida, de situação, de lugar! Mas não seja refém da própria angústia de ser perfeito. Pense nos erros que cometeu ao longo de sua vida. Reflita que as pessoas realmente importantes pra você não deixaram de estar com você, mesmo sendo imperfeito. Aja, pois tanta coisa com dificuldade aconteceu em sua vida, não vai ser uma mudança que fará você acabar com seus propósitos e força interior.
Talvez, o que você precise, realmente, é abrir o palco da própria vida e mostrar que o personagem principal tem uma apresentação única para o mundo inteiro assistir. E que não pode perder a oportunidade de ser reconhecido como alguém que passou pelo teatro da VIDA e deixou a lição magistral de que tudo vale a pena ser vivido, desde que reconheçamos que somos pequenos demais para dar respostas tão complexas de quem somente quer voltar para um lugar quente, aconhegante e calmo. Permita-se...

Aloha.
Boas Ondas.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Fins, Meios, Jusificações.



“No mal também existe o bem.” Acho que essa é a frase que resumiu uma conversa que tive essa semana com uma pessoa, que apesar das muitas experiências de vida, não consegue distinguir o outro lado da existência. Vivo naquele eterno dilema de saber o quanto as coisas/pessoas possuem um valor em si mesmas, capazes de levar a cada um de nós a realizarmos nossas ações não pelo que receberemos, mas pelo que realmente devemos fazer enquanto seres humanos de caráter e com solidariedade.
Estávamos sentados, despretensiosamente, um diante do outro numa tarde de domingo. Conversávamos sobre a vida, sobre nossas formas de ver e ouvir os apelos do mundo e quais respostas damos a cada uma delas. Não procurei ninguém para conversar, não busquei sentar naquele banco e depois naquela cadeira de plástico, apenas estava sozinho, esperando as horas passarem, atento ao movimento de quem pensa esconder os sentimentos dentro de si mesmo, e não expressar pelas formas que o corpo grita, explode e comunica. Ele se aproximou igual a alguém que há muito tempo gostaria de falar da vida para o outro, nesse caso eu. E a bondade de Deus é grande comigo. Escutar histórias e poder abrir as possibilidades para que esta história seja transformada e readaptada não é minha obrigação, mas é minha forma de agir sem perceber. Aprendi que acredito no ser humano, e que corro riscos por ele e, sem perceber (também), me torno ingênuo.
Percebi que eu não tenho o menor preconceito para com quem tem ideias diferentes das minhas e muito menos a quem não consegue abrir novos arquivos cerebrais para depositar informações inovadoras. Frases de efeito não têm nenhum tipo de função quando a vida te possibilita ter duas respostas e você pode escolher entre uma ou outra. Nem sempre uma cesta básica é a melhor forma de ajudar alguém, pois a procedência de tal iguaria para um faminto poderá vir da morte de muitas pessoas. E nem sempre, o bem seria realmente a melhor coisa a se fazer num momento em que se tira a roupa de um agasalhado para vestir o outro que está com frio. Numa conversa simples, despreocupada, eu vi que o mal pode muito bem vir vestido de bem. Uma ovelha pode ser um lobo, e aquilo que achamos ser a luz, pode muito bem ser aquilo que cegará os olhos de muitos. Parei para pensar na juventude de um país que desmorona diante da incapacidade de pensar, da oportunidade de olhar o lado ruim das coisas e conquistar a vida aplicando valor ao que recebeu pelo suor do trabalho e da disposição em vencer.
Eu conheci muitas coisas da vida em uma pequena conversa. Conheci na prática que o ser humano é o único que pode fazer algo para si mesmo. Ninguém pode mudar o outro se ele não quiser (acredito em Maturana nesse exato momento). E a grande revelação de minha vida é entender pela experiência e não pela teoria, tudo que conquistamos de forma fácil e sem compromisso passa a ter valor descartável. Somente temos apreço ao que conquistamos de forma suada e muito bem investida. Hoje tudo é muito rápido, muito fácil e muito acessível, por isso descartamos com facilidade, também.
Dizemos sempre que o belo se esconde por trás da fera, mas esquecemos que o contrário também acontece. Não quero ter o tom pessimista, mas alguns jovens trocaram alguns valores. Escondem a verdadeira alegria por trás das drogas, da bebida, do sexo desenfreado. Não se encontram consigo mesmos, não partilham, não se aproximam, e acham que essa “individualidade” é positiva.
O bem também está no mal? Não, não está. Porque aquilo que é, não pode existir na ausência dele mesmo (SIM! Estou filosofando). O bem não está no mal. O dinheiro das drogas vendidas a pessoas com dependências químicas não pode ser motivo para dizer que há um lado bom nesta guerra sem fim, oferecendo cestas básicas aos moradores desfavorecidos nas favelas. Nem a morte de jovens e adolescentes envolvidos no tráfico pode ser considerada uma coisa boa para dizermos: Ele sabia disso! Não prestava mesmo! Fez bem em matá-lo! Pois a morte não tem nenhum motivo positivo e a vida de quem quer que seja tem o mesmo valor universal: o Bem, o Belo, a Verdade.
Hoje acredito que o que é ruim não possui consistência para sustentar-se, coerência para assumir-se e atitude para permanecer agindo às claras. Nenhum mal justifica o bem e – que me desculpe os Maquiavélicos – nenhum fim justifica os meios.
Apesar da conversar ter terminado em zero a zero, acredito que o Bem prevalece ao mal em um quesito muito prodigioso, ele leva a reflexão de que as coisas podem mudar e que nada poderá ser igual, uma vez que o bem abre as portas da mente e do coração. “Refletir o próprio pensamento” torna-se o primeiro passo para mudança, para acreditar que as coisas serão melhores no futuro. E o Bem sempre será presença, conquista e paz interior. Por isso que o mal não tem lugar nem vez para ocupar espaço já preenchido e muito menos existir onde já há a existência plena e absoluta da Vida.

Aloha.

Boas Ondas.

domingo, 26 de junho de 2011

Advogando a causa de "deus".

Começo uma longa jornada para conseguir passar por um processo seletivo de grande repercussão em minha vida e que tenho certeza que fará um diferencial em minha história. E dentro desse miolo todo eu tenho me deparado com situações intelectuais bastante raras e de muitas propostas de vivência humana. Com diversas literaturas que tenho obtido em minhas mãos e passadas pelos meus olhos, chego a uma experiência fantástica de percepção do ser humano como alguém incansavelmente em busca de um ponto inicial, em contrapartida, alguém que direciona a sua história para um encontro com a construção de seu próprio ser – muitas vezes falso e excludente de vivência social.
Parece ser um pouco complicado explicar o que acontece, mas tentarei explicitar um pouco do que estou querendo propor nesse texto.
Essa semana eu me percebi completamente irritado com as palavras de uma determinada deputada estadual ou vereadora (não procurei saber) do Rio de Janeiro, que dentre as suas demasiadas falácias e exageros acerca do comportamento humano, colocava a sua religião como ponto fundamental para dizer o que é certo e o que é errado. Rogando a si próprio o efeito de não ser preconceituosa. Remoí as palavras da ilustre pessoa, tentei escrever algo sobre o assunto, mas nada me veio à mente no momento. E hoje, lendo os dizeres de um cientista, percebi que tinha o que dizer sobre o assunto.
A grande dificuldade do homem moderno está em aceitar que o ser humano vivencia suas realidades a partir de pontos já existentes em suas experiências primordiais, ou seja, desde a sua origem o homem repete fatos. E isso nunca deixou de fazer existir a vida humana e nunca fez com que a população em uma determinada localidade deixasse de viver e de ser formador de uma cultura. Em contrapartida, em conformidade com sua própria criatividade, somos exageradamente formidáveis em aprender a dar sentido naquilo que fazemos, porém, erramos quando queremos pontuar e dar um valor à vida dos outros a partir de uma experiência particular ou pessoal dentro de um grupo.
Quando nos percebemos diante de um “deus”, segundo aquilo que acreditamos, passamos também a querer viver segundo aquilo que esse direcionamento espiritual ou kármico, ou o nome que formos dar a uma maneira de viver, nos move. Mas dentro de um olhar mais apurado temos a determinação de que qualquer experiência religiosa, por mais particular que ela seja, tem um princípio arcaico. E é esse princípio arcaico que nos condiciona a perceber que somos todos vindos e provenientes de uma mesma natureza, de um mesmo Cosmo, de um mesmo abraço.
Dando um salto (podendo parecer absurdo ou contrariando qualquer natureza retórica, gerando uma possível falácia), somos completamente arbitrários se insinuamos e colocamos todas as pessoas dentro de uma mesma bagagem comportamental. Seria o mesmo que dizer que todos os negros são pobres, todos os franceses são fedidos ou todos os gays são pedófilos. E mais, tudo porque o MEU “deus” não aceita determinada realidade comportamental, porque nos escritos assim o diz.
Volto, depois do salto, dizendo que, se determinada religião não aprende a consolidar as relações humanas de forma coerente, com capacidade de se respaldar socialmente e domesticamente, essa religião não tem, primeiro: capacidade de perceber-se uma com todas as outras. E em segundo lugar: ela é incapaz de fazer amar, segundo os princípios que ela concebe.
Ora, se eu tenho preocupação em querer manter a ordem, proibindo o conhecimento de outras circunstâncias, é sinal de que eu não tenho segurança daquilo que eu sei, experimentei e tenho convicções. É uma realidade religiosa porosa, fraca e sem fundamentos sólidos, pois se baseia naquilo que o EGO acha que é certo. E se eu não tenho essa primeira condição em minha história, na segunda possibilidade não há a menor condição de relação, respeitosa e ascendente, com qualquer diferença que seja, porque se é o meu pensamento que prevalece, já emito um juízo de valor sobre a vida do outro, impossibilitando abertura para o diálogo.
Infelizmente, achei imatura, irresponsável e de tamanha ignorância a fala da dita deputada ou vereadora, pois ela condensa todo ser humano dentro de um determinado padrão de vida (no qual ela julga ser o correto), aplica comportamento psicológico leviano dentro de uma determinada orientação sexual (excluindo o caráter de cada indivíduo) e pior, evita qualquer tipo de confronto com a sua realidade banindo de sua vida as mais diversas atividades trabalhistas que não permeie a sua realidade religiosa e orientação sexual que ela ache digna.
Concretamente, se tornou um exemplo de que não foi capaz de dar singularidade ao principio de religião (re-ligar e amar o próximo), de coerência doutrinal e profundo desconhecimento de qualquer ciência ligada a área humano-afetiva e filosófica (uma vez que comete demasiadas falácias e exageros linguísticos).
Ora, passo a acreditar cada vez mais em um “deus” que converte pelo acolhimento, pela doçura nas palavras humanas e pela visão do ser humano como criatura repleta de possibilidades existenciais positivas. E qualquer atitude que seja negativa, passa ser olhada como um espelho reverso, mostrando que onde há o mal, pode existir o bem, dando a possibilidade de investir na humanidade.
Desculpe-me, senhora deputada, no seu discurso não me chocou o fato da senhora dizer que determinada orientação sexual é permitida ou não pela sua religião. Chocou o fato de a senhora ser tão despreparada para ocupar tão distinto posto, tão distinta religião e tão distinta liderança. Mas acolho a sua tão errônea fala, para perceber que tropeçamos até mesmo quando queremos um bem. E ensinou a minha pessoa que qualquer religião que se preze tem sua marca registrada quando a fala produz inquietação e reflexão, o que não foi o seu caso. Em mim causou espanto, medo e preocupação. Que caia fogo realmente. Onde?! Eu não preciso dizer.

Boas ondas.
Aloha.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Nenhum de nós.



Quando pensamos que não, a vida nos surpreende com respostas rápidas , nem sempre seguras, mas com motivos grandes para as mudanças. Assim foi o que aconteceu comigo, novamente eu resolvi mudar de ares. Uma decisão que não é difícil, mas também não foi tão fácil. Pedi demissão.
Para alguns eu sou um louco, para outros um revolucionário. Para muitos me tornei exemplo de atitude e coragem, diante do mundo capitalista que exige de nós respostas medrosas acerca de nosso futuro. Eu precisava tomar essa decisão, eu tinha que acreditar em mim mesmo (mais uma vez) e apostar que as coisas são o que nós construímos, e eu não desejaria construir aquela casa.
Sempre sonhei com um mundo justo, coerente, libertador e simples. Sei que não existe, não vou achar. Me disseram esses dias que deixaram de acreditar em utopias. Eu pensei na minha utopia e que só é possível acontecer dentro de minha vida, dentro de minha história. Não quero utopias para o mundo, porque a minha utopia já incluí o próximo. Basta querer dentro daquilo que eu desejo, que eu sonho, que eu busco. Fazemos um mundo muito distante de nossa realidade. Onde as guerras não acontecem, onde as brigas não acontecem, onde a paz reina sempre e por toda eternidade.
Depois de tanta transformação em minha vida, passei a sonhar com meus sentimentos de amor pelo próximo, minha atenção aos mais idosos, minha educação ao atender alguém, ao informar as horas. Passei a ver que no meu sonho, na minha utopia, conquisto muito mais que querer nadar contra a maré. Esquecemos que o pouco que fazemos é muito nesse mundo incoerente, sombrio e cheio de ganância.
É preciso que cada um faça a sua parte. Volte a ter uma utopia de um mundo melhor a partir de seu pequeno universo. Que tenha coragem de socializar a vida com todas as formas possíveis, deixando de lado os preconceitos, as atitudes de rejeição, a falta de caridade, de atenção. Agir com nossa própria vida e esquecer a vida dos outros. Tomar rumos e sonhar com o que é possível, pois o que não é possível rapidinho se alcança.

Boas Ondas.
Aloha.

sábado, 6 de novembro de 2010

Plantou vento, colheu...!!!



A vida sempre possui mistérios fabulosos em sua construção. Não entendemos o que está por trás de cada situação ou qual a relação existente entre o tempo e as nossas propostas ou metas a serem alcançadas, já que nunca se relacionam entre si. Parece que quando achamos que tudo vai dar certo, o contrário acontece. Por vezes, pensamos que tudo irá transgredir a nossa vontade e a única coisa que nos resta é sentar e chorar, mas vem o maldoso e destemido tempos e prova que nem tudo está perdido.
Sentir-se a deriva é uma maneira de dizer que nos rendemos ao momento existente nos colocamos nas mãos da sorte. Deixamos que as coisas se encaminhem para o bem daquilo que é necessário - soa meio "The Secret", mas mesmo que não queiramos essa afirmação se torna uma mística na cabeça de muitas pessoas e tratamos essa questão de forma quase que religiosa. Sim, deixamos que Deus, os astros, a energia ou o que queiramos chamar venha organizar o que não podemos mais fazer.
A verdade é que o mundo caminha, gira e não para. Alguma coisa acontece, seja no momento em que nos dispomos entregar tudo, seja no momento em que temos forças para continuar caminhando. Todo mundo tem uma expectativa na vida, um sonho a ser alcançado, mas é necessário tempo, momento e esperança para colocar tudo em seu lugar.
Você poderá desesperar diante das possibilidades, lembre-se e permita-se sentir o seu momento. parece que tudo o que dizem não surtem efeitos. E realmente poderão não surtir. Quem sabe possa ao menos te possibilitar refletir sobre sua dor, sua angústia, sua indiferença ou desespero. Mas entendo que somente você pode dizer o que se passa na sua cabeça, no seu coração. E o momento em que sua vida está é só a sua vida que poderá expressar externamente ou internamente. Mas abrir-se a possibilidade de refletir sobre o que dizem ou apenas dar oportunidade para sentir e pensar em você, creio que seja uma melhor saída para sua individualidade compartilhada com o resto do mundo. Querendo ou não, somos sociais até no sofrimento. Sentimos a nossa dor, a nossa tristeza, a nossa dúvidas igual a muitas pessoas, e os saberes delas pode nos ajudar a pensar na nossa existência.
Outra coisa coisa também que acontece e acho que é muito sadio e eficaz, é o fato de podermos sorrir e cantar as alegrias que a vida nos proporciona. Dar essa oportunidade a quem está ao nosso lado traz uma energia, uma força, uma benção ou qualquer outro tipo de assunto que queiram dar como nome, a diferença em nossa existência. Recebemos das pessoas aquilo que plantamos ao redor de nós mesmo. Produzimos bons frutos na medida em que temos as sementes de boas coisas que colocamos na terra das relações. Ao mesmo tempo que as pessoas querem estar ao seu lado e dar a você a unicidade de reestruturar, devolva a alegria da recuperação, do ânimo e da energia de ser feliz. Contribua para que o mundo seja alegre e contagie com as mudanças do seu interior.
Sou e serei sempre a favor do sentimentos verdadeiros, sejam eles positivos ou "negativos", mas desde que tenhamos a capacidade de estabelecer uma conexão entre o sentir e o pensar, refletir o momento e desejar mudar a situação. Com certeza, encontramos alguma força escondida dentro de nós capaz de reverter a situação.
Vivamos e amemos. Duas palavras necessárias no caderno de quem quer ser feliz e ter relações positivas na vida. nada está perdido. Depende de como analisamos o sentimento. Afinal, até estrume de vaca se torna adubo quando bem utilizado nas plantas.
Desculpe o final grotesco, mas é verdade!
Boas Ondas.
Aloha.