sexta-feira, 11 de junho de 2010

Quem pode pode...


Bom dia a todos. Ontem não terminei meu blog saudando a todos com meu ALOHA. Explico, se vocês notaram. Eu não terminei justamente porque não estava em clima para desejar alguma coisa. Ainda me restabelecendo das minhas reformulações, tento pensar positivamente para essa angústia que é a falta de emprego. Ora, o que é pior que estar em casa o dia todo enviando currículos, indo até os lugares e não obtendo acesso positivo para o que você possa ter um ofício a exercer? Não tem nada pior e sei hoje eu sei o que passa na cabeça dos desempregados do Brasil. Então, dica de veterano: se quiserem entrar para alguma entidade religiosa durante a sua juventude, tentem primeiramente um vestibular, façam um curso superior e depois pensem seriamente entrar no seminário. Investiguem se ele te dará um curso superior reconhecido e se você poderá ter algum ofício remunerado dentro dele (este último podemos descartar, se bem que há liberação de tantas coisas que não duvido se você não encontre algo que te realize ali dentro, como profissional).
Acordei pensando um pouco mais positivo, pensando um pouco mais em mim e menos no que poderia oferecer a alguém. Correndo atrás do prejuízo, vejo que o pensamento positivo é fonte de alegria. Sonhar e correr atrás dos seus objetivos são importantes e querer uma vida nova no futuro é saudável. O que posso concluir com tudo isso é que, sendo organizado da forma como penso ser, terei uma condição de vivenciar uma vida mais frutuosa, o que falta é o inicial para dar o ponta pé na minha vida e ser administrador de meus próprios bens.
Leio e me questiono se tudo o que fiz foi errado. Se sair do seminário foi a decisão correta. Olha, chego a conclusões tão profundas que a liberdade oferecida por mim agora me faz ir contra algo que foi socado dentro de minha história e percebo quanta ilusão nós trazemos acerca do que é espiritualidade e o que é religiosidade. Percebo um sistema muito frágil dentro de todos nós. Vivemos em busca de uma realidade quase inatingível e uma experiência muito subjetiva do que realmente quer dizer, servir a Deus. Um dos grandes questionamentos que me fiz, foi: se vocação é algo tão importante a ser seguida, porque a Igreja manda embora tantos seminaristas? E não digo aqueles que não fazem o processo natural da coisa, mas aqueles que têm vocação e por erro da própria Igreja exclui e rotula. Portanto, será que eles vão ter que sofrer a vida toda por não exercerem a vocação que lhes é própria, segundo a Igreja? Ou seja, a própria vocação não tem seu poder de dar alegria ou felicidade a alguém. E, mais ainda, a busca por um Deus que dá a vida se torna mais ampla do que nunca, ao depararmos com a felicidade dentro daquilo que fazemos enquanto seres humanos e não como seres humanos exercendo aquilo que dizem que devemos exercer.
Quem disse que somos isso ou aquilo? Quem determina a liberdade de alguém? A liberdade como fator de socialização e de humanização, perde seu valor quando o individuo perde a sua capacidade de ser o que é, onde quer que esteja. Uma vez vigiados pelo sistema que o cerca, ele perde a capacidade de expressar aquilo que ele realmente é e vive oprimido pelo próprio SER que o força a expressar algo que não pode. Sofre por dentro de manifesta uma dura realidade de viver sem sentido e sem motivos.
Olha, lendo A ORDEM DO DISCURSO, de Michael Foucault, percebo nitidamente isso dentro de mim e dentro de tantos que conheço. Ledo engano achar que depois de determinado tempo a gente conseguirá dizer o que quer e fazer o que quer. Seriam duas coisas mais repugnantes no caráter de alguém.
1) Você assina seu atestado de falsidade, não sendo coerente consigo mesmo e principalmente com aqueles que o cercam. Quem realmente é você? O que você realmente quer ser no futuro. Mas se era assim, porque mudou de repente?
2) Achar que mudará a situação quando na verdade não mudou nem mesmo você. Mostra que há sistemas muito mais políticos que religiosos. Muito mais de disputas de ego, do que de luta pela capacidade de crescimento de alguém.

Ora, assim funciona os esquemas e quero ser livre o suficiente para poder escrever o que escrevo e ser o que sou. Correr atrás dos meus sonhos está mais perto do que posso imaginar. Ter oportunidade para isso é questão de momento, de tempo, de espaço para tal. Agora, faço e vivo tudo isso com liberdade de ser feliz e ser alguém que pode ser mais e mais. A quem interessar posar, vivo feliz da vida. Sofrendo as demoras do capitalismo e sendo fiel a mim mesmo e aos propósitos que eu sigo. Engraçado, se omito alguma coisa hoje em dia, é para preservar a vida de alguns e não a minha. Mudei de foco, de estado de espírito, de religião (?). Seria o caso de repensar a vida e voltar aos fatos. Vivam e vivam com alegria e responsabilidade, tenham um ótimo currículo e alguém para te indicar. Assim é a vida. Por isso quem pode pode; quem não pode rouba para ter o mínimo necessário e não contas extras retiradas de não sei onde com dinheiro de muitos “alguéns”. Pensar e pensar. Eis a questão.
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Já ia me esquecendo.
Boas Ondas.
ALOHA.

Um comentário:

Unknown disse...

Cara, vivo isso agora em minha vida. Fazem 3 semanas que deixei o noviciado. A primeira angústia é o fato de estar desempregado e de não ter um ofício.Depender de alguém que indique à algo. Depois vem as questões mais profundas e que nos fizeram para e repensar a vida. Confesso um certo medo, não uma covardia comigo e com as novas situações, mas o medo do duvidoso. Afinal o que eu quero para mim e o que Deus também quer?? Eu me sinto com um estrangeiro sem terra natal.
òtimo texto, que indico para todos os confrades em exílio por aí!