Pensar no tempo ao seu favor é uma das coisas mais difíceis de fazer, quando toda a indicativa diz para você que está perdendo o tempo. Pois este é o exercício que tenho feito, acreditar que tudo tem o seu momento e a sua força a favor de nossos objetivos. Sair de uma estrada tão bem traçada e muito confortável não é nada fácil para qualquer pessoa normal. Nós acostumamos muito fácil com aquilo que nos é estruturado ao nosso gosto, ao nosso desejo e muito mais, quando já sabemos lidar com as situações de normalidade (dentro de nossos conceitos de normalidade).
Larguei tudo que tinha para alcançar o sucesso dentro do seguimento que estava, dentro de uma “carreira”, para seguir uma outra “carreira”. Engraçado, lembro-me que a sensação de deixar algo para trás, só é confortável no início. Depois de um tempo passamos a achar que estamos ou fizemos tudo errado, e mais a frente ainda, aprendemos a construir uma vida livre, sem conceitos de bom ou ruim, mas que foi construída com seu esforço. E ver que isso funciona é gratificante demais. Conhecer pessoas, gerar novos papéis e ter a consciência que suas escolhas fazem parte da construção de sua história porque você assim desejou e não um sistema que te direcionou (para não dizer, empurrou) é a coisa mais humana que me percebi fazendo.
Quando optei por deixar o seminário, eu fui vendo que estava como naquelas matérias de revistas que mostram pessoas mudando radicalmente de vida. Onde nem tudo são flores, mas há sempre um final cheio de expectativas e de buscas pelo crescimento pessoal. Eu decidi tomar conta de minha vida, ser dono e minhas coisas e de meus perfis sociais. Ter a possibilidade de dizer quem eu quero no meu ORKUT, no meu MSN, no meu FACEBOOK, sem a preocupação se a imagem de outrem seria desgastada ou não. Poder conversar com quem eu quisesse, a hora que eu quisesse. Poder excluir ou nem sequer pensar em incluir em minhas listas de contatos, com a preocupação do que poderia causar na vida da pessoa, sendo eu alguém que mostrasse o sagrado tão de cara. Livrei do peso de ter que exercer um papel, sem ser humano.
Hoje, ainda não consegui tudo que busquei, aliás, estou no início de conquistar as coisas. Entrei sem nada e saí sem nada – explicando! – naquilo que se refere a estudo. Naquilo que se refere crescimento humano, ótimo. Mas, infelizmente, o crescimento humano não me oferece emprego. Preciso de um curso superior e de um bom QI, mais o QI do que o curso superior, mas isso será alcançado até o final do ano. Depois as coisas se ajeitam.
Lembro sempre de uma conversa com alguém (não vou dizer o nome) em que dizia: não ficarei aqui por muito tempo, eu sei disso. E foi na melhor fase de minha história e de meu desenvolvimento pessoal que decidi tomar outro caminho em minha vida. Aos trinta anos, eu decidi tomar as rédeas de minha vida e escrever a minha história sob as rédeas de minha própria consciência.
Deixei os muros e vim para o “mundo”. Que riqueza, que liberdade e que sabedoria as pessoas possuem aqui fora. Muitos não pensam, no início, como seria bom o ser humano ser fiel e feliz na integralidade, mas essa situação passa depois de um tempo. Nós é que mudamos. Hoje eu converso com todos os tipos, jeitos e situações de pessoas. Todas têm pontos positivos e negativos da vida como todo. Elas construíram seus saberes acerca da vida pela experiência vivida. Engraçado! A primeira coisa que eu vi de errado comigo foi o fato de eu construir meu saber pelo que os Outros disseram ou o que a Igreja disse. Meu Deus, onde estava o senso do certo e errado que eu sempre disse ter? Eu sempre pensei ou sempre me fizeram achar que eu pensei que pensava? Na vida eu tenho somente um pensamento: vou ser feliz, estruturado, com sucesso e, acima de tudo, coerente no que eu faço.
O grande mérito do ser humano é a conquista por aquilo que é dele, com o suor de seu rosto. E só quem consegue vivenciar isso pode dizer que sabe o que é a vida. Escreverei sobre meu sucesso, não muito longe. Aguarde.