quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Manhã tenebrosa

Bom dia, pessoal!
Tenho estado escondido e pouco falo do que tem acontecido comigo. Realmente, sempre prezei pela minha vida pessoal, mesmo quando era uma pessoa pública. De alguma forma, antes de tudo mudar e girar, eu preservei a minha história e a minha condição de viver o melhor que podia. Para todos os que gostam de mim, para todos os que me acompanham e rezam, trocem, acreditam na minha pessoa, devo explicações para o que vivo nesse momento.
Para aqueles que ainda não sabem, tomei outros rumos em minha história e hoje estou fora da caminhada vocacional sacerdotal. Sim, deixei o seminário, a vida religiosa e seus afazeres. Pergunatam-me como, porquês, quando e tantas outras maneiras de expressar os questionamentos naturais de quem estava tão próximo da vida sacerdotal, afinal, faltavam apenas 3 anos para a minha ordenação. Em determinados momentos de nossas vidas somos "obrigados" a dar respostas a ela mesma, que questiona, que expõe e responde a muitas ações que achamos ser coerentes. Eu senti que ela me respondia a minha coerência, a minha própria maneira de pensar e viver a vida. Não tenho o que reclamar de nada do que vivi neste tempo de caminhada religiosa, ou melhor, teria muito o que reclamar, questionar, mudar... mas isso não é o importante. O melhor é o que ela me proporcionou como homem e pessoa ligada ao cuidado do outro. Sai do seminário porque eu sentia que a roupa não cabia mais, não me vestia bem, não estava mais me adequando ao mostruário que me era exposto. Isso me mostrou que poderia criar uma nova griffe, uma griffe pessoal, mais minha cara, meu jeito, meu estilo, com aquilo que acredito ser possível, porque o lugar onde estava me ensinou que é possível. Saí por isso!!! Porque percebi que o tempo me construiu para algo maior, que não era lah no seminário, não era na vida religiosa, não era na vida sacerdotal.
Encontrei aqui fora muitas coisas legais, muitos sentimentos positivos, muitas pessoas que acreditam em mim e que por isso me dão força para as minhas decisões. Não sofri retaliação (rs), não sofri preconceito, não sofri intimidação com as minhas decisões, ao contrário, eu recebi acolhida, apoio e carinho de muitas pessoas.
Aprendi que uma família pode construir muita coisa, apenas pela maneira como se expressa com os vizinhos, amigos e parentes. Aprendi que o que mais deixamos nas pessoas é a forma como a tratamos, cuidamos e aconselhamos.
Disseram-me que quando eu saísse era para ser muito discreto em atitudes, gestos, falas... não saí preso, saí livre. Eu entrei livre e saí mais livre ainda, porque o lugar onde estava me proporcionou algo que todo ser humano poderia experimentar e deveria ter o direito a isso: a capacidade de escolha livre e consciente. Não estou sendo discreto em nenhum ponto de minha vida, ao contrário, sou ousado em tudo que faço e apareço porque tenho dom de ser alguém (como diz o Eneagrama) que "não anda, desfila".
Estou crescendo profissionalmente, posso optar no que quero fazer... e isso em tão pouco tempo! As pessoas estão entrando em minha vida como uma avalanche de oportunidades. E todas possíveis.
Agradeço a todos pelo incentivo e ainda serei mais do que posso imaginar.
Mas hoje acordei angustiado.
Parece que fiz tudo errado e fui precipitado demais (rs!), não é em relação a minha saída. São outros assuntos que me angustiam, mas soh poderei dizer futuramente.
Espero que eu possa tomar a decisão certa. Meu coração bate na necessidade de encontrar a resposta para essas questões.
Curiosos?
Depois conto mais detalhes.
Boas ondas.
Aloha.

2 comentários:

Unknown disse...

Prezado Élbêr (rs)!

Sempre o admirei em todas as suas escolhas!
E, no silêncio, sempre fiz-me ao seu lado naquilo que cabe somente a você escolher!

Desejo-lhe novos caminhos, diante das novas roupas que lhe cabem...

E que a tenebrosidade, que muito nos assusta, cumpra o seu papel tão filosófico de nos levar à reflexão na certeza de parturimos o que é vivo em nós!

Afinal de contas,
o que é vivo sempre gera vida!
o que é morto gera morte!

Aloha.

No é-terno,

Adolfo J. A. Taques disse...

O viver é lindo, e lutar por esse direito, que pressupõe liberdade, é essencial a quem quer ser.

Todo apoio e felicidade do mundo pra ti!

:)