terça-feira, 6 de julho de 2010

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Fala, Pedroca!!!

A vida muda na medida em que nos abrimos às possibilidades de existência. Graças a Deus, tenho a capacidade de ser transformador comigo mesmo, mudar nunca é demais... aprendemos com o que somos e com aquilo que fazemos na nossa vida. Não alarmei ninguém sobre minha saída, justamente por achar que as pessoas não entenderiam o que se passava em meu coração - e não entendram e não ententem, até hoje. Durante o processo todo, tive que fazer um tremendo esforço para perceber que Deus estava me dando uma das oportunidades mais fabulosas de minha vida: crescer, amadurecer e me tornar mais pessoa. Claro, nossas escolhas tem sempre consequências positivas e negativas, essas trouxeram um pouco de cada, mas nada substitui o valor de ter uma vida nova. Estaremos bem, na medida em que vemos a VIDA como chamado integrante de Deus. E penso, depois de dez anos de caminhada - sabendo que sou, ainda, vocacionado SCJ, vale dizer -, que nenhum dos seminaristas que FORAM MANDADOS EMBORA morreram, ou deixaram de ser amados por Deus, ou perderam o sentido da VIDA, como diz a Igreja. Mas tenho usado uma frase para mim mesmo que poderia ser utilizado anteriormente, aliás, minha avó usava muito: Quem com porco se mistura, farelo come. Não fui mandado embora, tá?!? Eu mesmo saí... hehehe. Tem coisas que só vemos no futuro, com olhos mais maduros e a realidade não é fácil. Sempre disse a vocês para entrarem com tudo, com os dois pés, se possível com voadora. Continuo afirmando isso. Mas visionei outros horizontes e não me arrependo.

Porque disse isso tudo? Foi para falar que não é que não existe chamado. Eu disse, Deus não chama, quem chama é a realidade que nos circunda. Pois, todos entram no seminário porque de alguma forma a realidade que a pessoa vive chama a atenção para uma ação. E é essa realidade que vai fazer com que ela (o vocacionado) seja capaz de querer algo mais para servir e para auxiliar as pessoas. Então busca o seminário.

Refletindo sobre essa parte do livro, percebi que Deus está em todo lugar. E que a vida é tão ampla que a gente consegue servir de maneira positiva, se quisermos, em qualquer lugar que estejamos. Sou número 4 no eneagrama, sou sanguíneo de temperamento, aquariano de horóscopo, devo ter algum orixá de cabeça e um parentesco profundo com Pedro (o pescador), sei lá... sou meio libertário, meio Che, meio Fidel. Tenho um pouco de Maradona, de Dunga, de Bruno do Flamengo, Kaká da Bispa Sônia, um pouco de Dilma, de Lula, de Serra, enfim... sou livre e quero ser assim até o dia de minha morte, mutante (igual a Novela da Record que, aliás, qualquer um pode ser um mutante). E tow na vida para viver, feliz... claro que tenho motivos pessoais próprios que são a maior parcela de minhas decisões, mas isso não vêm ao caso, e só falo pessoalmente. O importante é que você também tomou sua decisão. Firme e lógica, concisa e consciente. Tentar nunca é demais nessa vida, desde que não prejudique a si mesmo e aos outros, uma hora se acerta ou sempre melhora, afinal, crescemos e evoluímos conforme se permite a vida viver-se.

O livro que me pediu, depois desse longo desvaneio chama-se:

Cativados pelo Amor: Temas de reflexão e vivência entre os jovens.

Autor: Vanderlei Soeda.

Editora: Paulinas (censurado)... kkkkk... que tosco!

Olha, um abração nessa nova vida. Mantenha contato. Tow na área! Quando quiser passear no ES terá casa aberta para recebê-lo.

Elberth Bertoli

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